Polícia Militar do Meio Ambiente visitou a Instância Florentino, com intuito de averiguar a informação de que os produtos químicos absorvidos pela terra há oito anos estariam aflorando do solo e escorrendo para o córrego Alegria, afluente do rio Uberaba. O local é marcado pelo acidente ocorrido em junho de 2003, quando o trem da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) descarrilou e produtos químicos vazaram para o rio que abastece a cidade.
O proprietário da área, Baltazar Donizete Ribeiro, acionou a Polícia de Meio Ambiente para verificar a substância, que aparece por toda a extensão do córrego. De acordo com Baltazar, o volume de água da chuva fez com que ocorresse o afloramento do lençol freático e, assim, o produto químico derramado no dia do acidente reaparecesse.
Temeroso quanto às consequências do reaparecimento dos produtos tóxicos, Baltazar acionou os militares para que fossem feitas inspeções. Ele ressalta que desde a época acidente ambiental, provavelmente o mais grave da cidade de Uberaba nos últimos anos, não foi realizada uma recuperação da área, apenas monitoramento. Na época, os produtos químicos lançados pelos vagões tombados foram metanol, octanol, isobutanol e cloreto de potássio.
Os militares estiveram no local e fotografaram a situação. Os policiais do Meio Ambiente confirmaram que foi constatada uma água com característica de ferrugem no solo. O boletim de ocorrência começou a ser confeccionado, porém será concluído apenas depois de feito o laudo técnico pelo órgão competente.
O comando da 5ª Companhia de Meio Ambiente da cidade fará o contato com a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), responsável pela composição do laudo, para confirmar se existe o risco de contaminação do córrego Alegria, provavelmente, na próxima segunda-feira.
Serão intimados, além de membro da Feam, técnicos da FCA e o promotor Carlos Valera para acompanhar a inspeção. No entanto, segundo informações, o risco de contaminação do rio Uberaba ainda não é iminente.
Por volta de 3h do dia 10 de junho de 2003, 18 vagões que partiram do polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, e seguia para Paulínia, em São Paulo , descarrilaram e tombaram a 8km da área de captação de água de Uberaba. O tombamento foi seguido de explosões, ouvidas por moradores da região. Militares do Corpo de Bombeiros trabalharam mais de 10 horas para controlar o incêndio, que destruiu 42 mil metros quadrados de área preservada.
Dos 18 vagões, oito carregavam 381 toneladas de metanol, outros cinco continham 245 toneladas de octanol. Outras 94 toneladas de isobutanol e 147 toneladas de cloreto de potássio também faziam parte da carga.
Na época, o então prefeito Marcos Montes decretou estado de calamidade pública. Aproximadamente 250 mil moradores ficaram sem água. A FCA providenciou a distribuição de água em caminhões-pipa enquanto a cidade ficou sem abastecimento.
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