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ZEBUNAREDE ENTREVISTA - ČAO LARU


Por: André Montandon

A banda Franco-Brasileira, formada por quatro brasileiros e duas francesas, vem rodando o mundo em uma Kombi e Motorhome desde 2016. Os músicos se conheceram em Rennes, na França, e desde então, já passaram por mais de 20 países; Lançaram em 2016, o EP “Čao Laru  e o disco, “Kombiphonie”, em 2017.  No ano passado, a turnê deste álbum rendeu mais 150 shows, no Brasil (inclusive em Uberaba), Argentina, Chile, França e Suíça.

Agora, o grupo está na estrada divulgando o seu 2º disco, "Fronteiras", no qual refletem sobre as barreiras que nos separam a partir das vivências que os músicos tiveram nos países que visitaram. E nesse sábado, dia 20 de abril, teremos o prazer de conferir de perto esse belo trabalho, com a apresentação da banda no Cine Teatro Vera Cruz, às 20h, com entrada gratuita. Aproveitamos essa visita, para bater um papo com o baterista e produtor desse disco, Felipe Trez. Confira:

- Como tudo começou e quando vocês decidiram se unir para desenvolver esse projeto?

Felipe Trez - O grupo começou na França num mestrado de pedagogia musical que forma músicos interventores, ou seja, preparados para lidar com performance e educação pra públicos dos mais diferentes: escolas regulares, creches, APAEs, prisões, asilos, etc. E saindo desse curso o grupo que já tocava e produzia junto decidiu botar o pé na estrada e seguir o sonho de viajar, conhecer culturas, lugares, povos e poder fazer isso com o que mais gostavam e sabiam fazer que é a música.

- Toda essa riqueza cultural, colabora com a identificação do publico com o som da banda?

Felipe Trez - Acredito que essa riqueza que o grupo vai "amalgamando" pelos caminhos em que passa e pelos integrantes de diferentes culturas que passam pelo grupo traz sim uma identificação com o público. Cada integrante do grupo carrega uma identidade única e ao mesmo tempo um desejo de se misturar com as outras, assim acho que a Cao Laru acaba obrigatoriamente ganhando esse aspecto "plural" que permite ao público perceber que é possível que qualquer pessoa possa caber alí dentro, que o grupo abriga o diferente.

- Conte-nos um pouco sobre o processo de produção do novo álbum (Fronteira), e das influências sonoras que envolvem esse trabalho?

Felipe Trez -  O Fronteiras mostra a transição do grupo, de uma banda que fazia música acústica, que começou tocando na rua, para uma banda que foi crescendo e se amplificando cada vez mais, agora trazendo a eletrificação dos instrumentos sem perder a mistura com a característica "acústica" dos mesmos. Marca um grupo mais ciente de como se projetar sonoramente e explorando mais e mais possibilidades de usar dos recursos elétricos e eletrônicos pra expandir seus horizontes. Além disso, é um disco que saiu como uma necessidade de por para fora muitas angústias e reflexões do que vemos pelas ruas e que nem sempre é só paisagens e belezas, portanto um disco mais critico e político, que veio como uma necessidade de se falar sobre isso, sobre o que o mundo anda vivendo, de bom, de ruim e tentando manter a chama da esperança acesa!



- O que podemos esperar dessa nova apresentação em nossa cidade?

Felipe Trez - O show "Fronteiras" trás muitas dessa reflexões levantadas pelo disco mas com a vivacidade do músico presente, do visual e daquilo que passa de olho no olho. Um show que tenta por principio diluir uma das fronteiras com as quais nos deparamos frequentemente, a barreira entre os artistas e o público! Um show com canções cantadas em português, francês e espanhol mas que traz sobretudo uma linguagem sem palavras, coisas que a música fala por si.

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