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ZEBUNAREDE ENTREVISTA - MOMBOJÓ

 

 Por: André Montandon

A banda Mombojó, que no final do ano passado montou num cavalo alado chamado Brisa e partiu num galope rasgado à beira-mar para não perder o trem da Estação da Luz, se prepara para desembarcar pela segunda vez no palco do Laboratório 96. O grupo de Recife, referência do movimento pós-mangue beat, formado pelo Felipe S (vocal), Marcelo Machado (voz e guitarra), Chiquinho Moreira (teclados e sintetizador), Vicente Machado (bateria) e Missionário José (baixo e sintetizador), faz o lançamento ao vivo do álbum “Carne de Caju”, que está já disponível nas plataformas digitais e que tem sido muito bem aceito pela crítica e público, no qual relê o cancioneiro de Alceu Valença, monumento vivo da música pernambucana.

O Álbum já havia sido antecipado pelos singles “Estação da Luz” e “Amor que vai”. Junto com a sua estreia, foi lançado o clipe para a canção “Romance da Bela Inês”. O show em Uberaba contará ainda no repertório com grandes sucessos do grupo, relembrando as mais de duas décadas de trajetória. E e claro que nós não poderíamos deixar passar essa oportunidade de bater um papo com essa referência da cena independente nacional, que você confere a seguir:

- É uma grande honra bater esse papo com vocês, principalmente nesse momento de lançamento do álbum “Carne de Caju” em homenagem ao grande Alceu Valença e às mais de duas décadas de trajetória do grupo. Quais são os maiores desafios e realizações que a banda enfrentou ao longo de sua jornada musical? 

Mombojó - O maior desafio é lidar com os altos e baixos do mercado independente do Brasil, circular, tocar nos lugares, divulgar o trabalho. A banda surgiu num momento em que os canais de divulgação estavam mais consolidados, e tivemos a sorte de contar com parcerias que foram estratégicas para que tivéssemos muita visibilidade com nosso primeiro disco. Nesses 23 anos, o mercado se transformou completamente várias vezes, mas para nós sempre foi um prazer fazer música e encontrar as pessoas. 

- O som da banda incorpora uma variedade de influências culturais com originalidade e profundidade. Como vocês integram essas influências de maneira coesa? 

Mombojó - Acho que não existe uma estratégia definida neste sentido, mas essa integração é também uma característica do nosso tempo. Talvez nesse sentido o rótulo de "pós-mangue" seja adequado, porque algumas das nossas maiores influências musicais são justamente artistas e bandas que já partem desde princípio de misturar. 

- Quais critérios foram considerados durante esse processo de seleção das músicas para incluir neste álbum de homenagem? Houve alguma música que apresentou um desafio particular ao recriar ou reinterpretar? 

Mombojó - A escolha de repertório veio a partir da sugestão de Felipe de fazermos uma releitura como intérpretes da obra de Alceu, e todos sugeriram canções que eram favoritas pessoais. Buscamos focar no período dos anos 80 e 90, que é um período em que todos da banda eram crianças e adolescentes, e onde essas músicas construíram uma memória afetiva muito forte. O maior desafio foi encontrar a assinatura do Mombojó nas músicas de Alceu, descobrir como esta ou aquela música virariam "nossas". "Bela Inês" talvez tenha sido um distanciamento mais radical do nosso habitat natural, mas também curtimos muito nos ver nessa configuração com Marcelo na voz, e achamos que a galera tá curtindo também. 

- Qual é a importância de preservar e reinterpretar a obra de ícones da música brasileira como Alceu Valença para as gerações futuras? 

Mombojó - Preservar a memória e documentar a história são fundamentais no Brasil, né? Basta olhar pra o que está acontecendo hoje em dia, com fatos terríveis da nossa história sendo questionados como se não tivessem ocorrido. Alceu como artista teve um papel muito importante ao se colocar como um artista nordestino que desenvolveu uma carreira nacional e internacional sem precisar imitar o que vem de fora, essa sempre foi uma tônica do seu trabalho. Quando ele mistura Jackson do Pandeiro com o rock psicodélico, a precedência sempre foi de Jackson, ele nunca foi de fazer mesuras pra música estrangeira, e achamos que esse é um aprendizado importante não só pros artistas mas pra os brasileiros no geral. 

- Agora, sem querer ser ansioso, mas já sendo, hahahah. O que vocês estão preparando para essa apresentação em nossa cidade? 

Mombojó - Esse show é muito calcado no Carne de Caju, já com algumas novidades que vieram surgindo ao tocarmos o disco ao vivo, e também outras músicas de Alceu que quiseram pegar carona. Mas também vamos tocar Mombojó pra quem estiver com saudade das nossas músicas.

- Para encerrar, manda uma mensagem para galera de Uberaba e região que segue o zebunarede e está ansiosa para esse encontro especial no Laboratório 96.

Mombojó - Estamos muito felizes de voltar, com a alegria de saber que o Brasil não foi pro Brejo e o mundo não acabou. Esperamos encontrar essa galera massa lá no Lab e celebrar a vida, e também esse grande artista que é Alceu Valença.

Foto: @espacolaboratorio

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